30.4.19
Crônica diária
Granta -Revista literária - "Os melhores jovens escritores brasileiros" 2ª Parte
"Antes da queda" - JPCuenca (1978) . Carioca escreve um conto sobre o fim do Rio de Janeiro.
Daniel Galera (1979) é meu velho conhecido. Já li e resenhei vários livros dele. Em muitos cita Imbituba e Garopaba, região onde tenho casa de praia. Neste conto "Apneia" não foi diferente. Vive às voltas com seu velho pai, e relações familiares.
Antônio Prata (1977) é um jovem veterano e bastante conhecido por conta da sua coluna semanal na Folha de São Paulo. Trata neste conto de lembranças de infância, mesmo assim sempre ressaltando seu complexo de classe média. Em toda sua obra a luta de classe é uma constante. O conto leva o nome de três jogadores da sua época Valdir Peres, Juanito e Poloskei.
Julián Fuks (1981) que com sua barba longa e preta mais parece um escritor russo dos séculos passados. Escreve com a mesma seriedade e acidez dos seus antepassados de aparência. Ele não é russo, mas argentino, e escreve e mora em São Paulo. "O jantar" tem todo o peso do regime militar argentino.
"Fragmentos de romance" - Carola Saavedra (1973) Chilena vem para o Brasil com 3 anos de idade, depois mora na Espanha, França, e Alemanha. Vive hoje no Rio. Eu que sempre tive muito preconceito com escritoras mulheres, sou obrigado a me penitenciar com a literatura esperta da Carola. Impossível ler e não elogiar essa moça. Vou procurar conhecer mais dela. Coleciona vários prêmios literários.
Continua amanhã
"Antes da queda" - JPCuenca (1978) . Carioca escreve um conto sobre o fim do Rio de Janeiro.
Daniel Galera (1979) é meu velho conhecido. Já li e resenhei vários livros dele. Em muitos cita Imbituba e Garopaba, região onde tenho casa de praia. Neste conto "Apneia" não foi diferente. Vive às voltas com seu velho pai, e relações familiares.
Antônio Prata (1977) é um jovem veterano e bastante conhecido por conta da sua coluna semanal na Folha de São Paulo. Trata neste conto de lembranças de infância, mesmo assim sempre ressaltando seu complexo de classe média. Em toda sua obra a luta de classe é uma constante. O conto leva o nome de três jogadores da sua época Valdir Peres, Juanito e Poloskei.
Julián Fuks (1981) que com sua barba longa e preta mais parece um escritor russo dos séculos passados. Escreve com a mesma seriedade e acidez dos seus antepassados de aparência. Ele não é russo, mas argentino, e escreve e mora em São Paulo. "O jantar" tem todo o peso do regime militar argentino.
"Fragmentos de romance" - Carola Saavedra (1973) Chilena vem para o Brasil com 3 anos de idade, depois mora na Espanha, França, e Alemanha. Vive hoje no Rio. Eu que sempre tive muito preconceito com escritoras mulheres, sou obrigado a me penitenciar com a literatura esperta da Carola. Impossível ler e não elogiar essa moça. Vou procurar conhecer mais dela. Coleciona vários prêmios literários.
Continua amanhã
29.4.19
Crônica diária
Granta, Revista Literária - Antologia " Os melhores jovens escritores brasileiros" 1º Parte
Ler
uma antologia, qualquer que seja, de crônicas, contos, novelas ou
poesias da sempre a impressão de que o leitor é um jurado e a ele cabe
classificar os melhores. É evidente que o gosto pessoal de cada leitor
pesa de forma definitiva. Essa seleção dos vinte melhores jovens
escritores brasileiros editada em 2012, exige muito cuidado em se eleger
os melhores. São todos feras. Jovens, mas sabem exatamente o que fazem,
e o fazem bem. Granta, revista inglesa, publica em vários
idiomas, e tem mais de oitenta mil leitores espalhados pelo mundo. Ser
publicado por ela já é um atestado de qualidade. Escolher os melhores
entre eles uma questão puramente de gosto pessoal. Dito isso passarei a
comentar ao longo dos próximos dias, os que mais me impressionaram.
"Animais" de Michel Laub
(1973) - Como já disse em resenhas anteriores gosto muito dos seus
livros. Neste conto, com parágrafos curtos e numerados constrói um texto
muito interessante.
"Aquele vento na praça" da jovem Laura Erber
(1979) com um estilo seguro e maduro narra uma viagem a Bucareste que
prima pela originalidades da linguagem e forma literária. Em dez páginas
cita duas dezena de personalidades que eu nunca ouvi falar. Ou ela é
boa ficcionista, ou sou eu muito inculto.
Continua amanhã.
28.4.19
Crônica diária
Revista Granta
Uma
das funções destas minhas crônicas é falar de livros, de autores, e de
literatura. Tenho um especial interesse em jovens escritores. Eu e a
Revista inglesa Granta. Ela publicou em Português uma coletânea do que
chama "Os melhores jovens escritores brasileiros" (2012). Lá estão vinte
jovens que escrevem em jornal, roteiros para cinema, revistas, TV e
publicam livros. Alguns meus velhos conhecidos como Michel Laub de quem
já li e resenhei alguns livros.Daniel Galera também velho conhecido e
resenhado. Antonio Prata de quem falo constantemente. Filho do Mário que
todos conhecem.Julian Fuks que resenhei recentemente. Chico Mattoso e
Antônio Xerxenesky de quem lhes falei há dias. Faltam, portanto, 14
escritores que nunca havia lido nada, e voltarei para falar sobre eles.
O
livro da Granta - "Os melhores jovens escritores brasileiros" pode ser
encontrado nos sebos a preço muito conveniente. Para quem não sabe
existe um site na internet chamado "Estante virtual" com os melhores
sebos do Brasil. Sou cliente deles há muitos anos e nunca tive nenhum
problema. Recomendo.
27.4.19
Crônica diária
Nó cego da Lei Rouanet
Esta
aberto o debate após o governo Bolsonaro ter editado as novas normas
para aplicação da lei Rouanet. Promessa de campanha. O Prefeito de São
Paulo, Bruno Covas foi um dos primeiros a reagir. Por razões econômicas,
mais do que artísticas ou ideológicas. Aí é que se encontra o nó da
questão. São Paulo é a cidade que mais se beneficia dos vultuosos
incentivos da lei Rouanet. Com a limitação de hum milhão de reais como
teto para cada projeto, os grandes eventos culturais nacionais ou
estrangeiros não serão mais possíveis. A cidade e a cultura serão
prejudicados. Menos empregos, menos consumo, menos impostos, menos
cultura. Onde entra a ideologia nisso tudo? A classe artística, como
regra geral, é socialista e de esquerda, aqui, e no mundo todo. São
anti-bolsonaristas por princípio. Não votaram no Capitão. Fazem oposição
agressiva e cerrada ao novo governo. O novo governo chegou a pensar em
acabar com o Ministério da Cultura. Limitar os valores de patrocínio da
lei Rouanet de sessenta milhões para hum milhão, por evento, ou
espetáculo, foi a forma que encontrou de pulverizar os recursos antes
concentrados nos grandes eventos e artistas famosos do eixo Rio São
Paulo. Democratizar a verba. Apesar de socialistas e de esquerda a
classe artística não acha importante democratizar e socializar a verba. E
acredito que também não foi intenção do governo atingir especificamente
a cidade de São Paulo. Foi uma infeliz coincidência. Esta posto o nó da
lei Rouanet.
26.4.19
Crônica diária
"Longe de Ramiro" - Chico Mattoso
Chico Mattoso é outro dos "Melhores jovens escritores brasileiros"
segundo a Revista Granta, em seu Granta 9 - Inverno 2012. Hoje o Chico
tem 41 anos, e quando publicou seu primeiro romance solo, em 2007, tinha
só 29 anos. É dono de uma escrita cativante, inteligente, intrigante e
divertida. Grande capacidade descritiva numa linguagem enxuta e bem
humorada. Um escritor que já prometia grandes voos. É preciso continuar
conhecendo sua obra.
25.4.19
Crônica diária
"Areia nos dentes" - Antonio Xerxenesky
Antônio nasceu em 1984 e com 24 anos publicou este seu primeiro romance. Convidado pela revista Granta, faz parte da antologia "Os melhores jovens escritores brasileiros"(Granta 9 Iverno 2012). Com o livro "Areia nos dentes", a promessa vem se concretizando. Uma história juvenil, passada no México, num cenário de filme farwest, no seu melhor estilo, com cenas de terror. Com muito humor e criatividade faz o leitor sorver as 131 páginas num só golpe.
Antonio Xerxenesky
24.4.19
Crônica diária
29 Horas
Ontem
falei dos aeroportos de São Paulo e do Rio onde circula graciosamente
uma resista cujo título é 29 Horas. Por que 29 Horas, sempre me
intrigou. Bem impressa em papel de qualidade, com diagramação
inteligente, fartamente ilustrada e com pequenos textos objetivos. Tem
tudo que um turista possa se interessar no aeroporto ou cidade de São
Paulo ou Rio. Gastronomia, moda, arte e atualidades são seus focos.
Lazer, fantasia, e aventura é o que atrai o turista. No item "compras"
tem muitas opções, como por exemplo um lançamento da nova linha Kaiak
Ultra, da Natura. Ao lado da foto vejam como a revista descreve o
produto: "Fragrância combinado com anis, o estoraque, ingredientes da
biodiversidade brasileira, proporciona uma sensação de refrescância
máxima. Na versão masculina a mistura é potencializada pela intensidade
das madeiras cedro e patchouli." Patchouli, que palavra linda. É uma
erva da família da hortelã.
23.4.19
Crônica diária
Ponte aérea
São Paulo e Rio são cidades grandes e cada uma tem sua alma e
características completamente particulares. Ambas tem mais de um
aeroporto, mas dois deles, Congonhas em São Paulo e Santos Dumont no Rio
são menores e centrais. E é por eles que a Ponte aérea transporta
milhares de passageiros por dia. Muito já se falou em desativa-los.
Exatamente por serem centrais. Isso acabou nunca acontecendo como o trem
bala que ligaria as duas cidades, praticamente no mesmo tempo, numa
ponte férrea, que nunca saiu do papel.
22.4.19
Crônica diária
A morte do bicheiro
Era madrugada e eu estava a caminho do aeroporto conversando com o
Silvano, taxista cujo ponto fica na esquina de casa em São Paulo. Nesse
horário a cidade totalmente vazia exigia o dobro do cuidado ao cruzar
ruas e avenidas, mesmo com o sinal verde. Em determinado ponto do
trajeto uma rua secundária estava tomada de veículos estacionados ou
manobrando. Comentei o inusitado com o Silvano. Como velho conhecedor
dos hábitos noturnos da cidade respondeu: "Deve ser casa de bingo ou
velório". Foi aí que perguntei pelo bicheiro que tem mesa e cadeira
cativa no bar da esquina onde moro. Faz dias que não o vejo. "Morreu".
Não acredito. "No banheiro da casa dele." Quando? "Segunda passada". Não
me diga. "Infarto fulminante. Também fumava como louco." Tinha até
maquininha para passar cartão. Fumava e fazia palavra cruzada. Cabelo
branco sempre penteado, sandália franciscana. Era uma figura que fazia
parte na calçada e porta do bar. Vamos sentir saudade do bicheiro.
Apesar de nunca ter trocado uma palavra, vou sentir sua falta. Quem será
que assumirá o ponto?
21.4.19
Crônica diária
Ler é uma paixão
Que delícia poder ler sem quota pré determinada. Desta vez trouxe seis
livros para ler em dez dias. Só um deles tem mais de quatrocentas
páginas. Vai sobrar livro para outros dias, de outras estadas, na casa
da praia.
20.4.19
Crônica diária
A vocação do Olavo de Carvalho
Meus leitores habituais sabem o que penso do guru do núcleo duro do
governo Bolsonaro. Tenho sérias reservas para com o filosofo Olavo de
Carvalho. A título de curiosidade, muito antes de saber de quem se
tratava fui chamado de Olavo de Carvalho por um petista. Então fui
procurar saber quem era. E como não temos absolutamente nada em comum, a
não ser aversão por comunista, ficamos por aí. Recentemente ouvi uma
entrevista dele para O Antagonista. Além de um cigarro atrás do outro, e
alguns goles de coca-cola na garrafa de plástico, além de centena de
citações demonstrou ser um professor muito preparado. Porém muito a
direita da minha direita. A única coisa engraçada que disse é que tem
uma tolerância enorme à burrice. Outra coisa que nos diferencia. Sou
absolutamente suscetível à burrice. Ele como vocacionado à arte de
ensinar, acredita que faz parte da profissão tentar fazer o burro
entender as coisas. Eu não tenho vocação nem saco para aguentar burrice.
Olavo de Carvalho
Crônica do Alvaro Abreu
Gripe danada
Acabo
de sair de uma experiência relatável, mas não transmissível via jornal:
uma gripe fortíssima que durou cinco dias completos. O que começou com
um pequeno ardido na garganta, evoluiu para uma coriza progressiva e
renitente, seguida de sessões de tosse seca. A certeza da doença, se é
que gripe é doença, se instalou de vez quando percebi uma redução
acentuada da capacidade auditiva e uma rara perda de apetite. Daí em
diante, a coisa tomou rumo previsível e em ritmo crescente até me jogar
na cama por dois dias completos. Percebi que, aos poucos, o mundo foi
perdendo o interesse e a graça. O estado gripal faz aumentar a
irritabilidade do acometido e tem o poder de provocar letargia e
alienação. No auge do processo, o umbigo assume o controle geral da
situação e faz valer o seu poder.
Desta
vez, a tal gripe reduziu a quase zero minha sensibilidade aos
noticiários sobre a vertente imobiliária do poder das milícias, as
malandragens da concessionária que cobra pedágio e não duplica, a
gulodice de ICMS, praticada por anos seguidos pela siderúrgica, as
operações da Federal nas casas e escritórios de gente esperta e
poderosa, a soltura instantânea de mais um preso precioso, sem falar na
tentativa descarada, conduzida por dois indignos ministros do Supremo,
de instalar a censura à imprensa no país.
Por
mais relevantes, as notícias do mundo não comovem nem geram indignação
em quem for apanhado por uma simples gripe viral, dessas que ficam à
espreita de gente que sofre um choque de temperatura ao sair do carro ou
ao entrar em lugar com ar condicionado no máximo. Por essas e outras,
tomo a liberdade de sugerir um gripezinha maneira, com direito a dias de
cama, chá de limão, alho gengibre, mel e uma pitada de cachaça, aos
meus amigos do peito e a quantos também estejam indignados e se sentindo
impotentes e desanimados com a escalada das barbáries nacionais. O
corpo ficará doído de tanto ficar deitado porém, passados os dias de
sofrências, a alma estará bem mais leve e descansada, prontinha pra
aguentar o tranco e dar o troco.
Vitória, 17 de abril de 2019
Alvaro Abreu
Escrita para A GAZETA19.4.19
Crônica diária
Esterco europeu
Foi visitando o blog do fotógrafo João Menéres, que mora e o publica na
cidade do Porto, que li seu comentário sobre uma lata de lixo
transbordando e sujando a calça de Berlim. O João um homem de oitenta
anos, muito culto e viajado, ter energia e atividade de um jovem
curioso. Publica livros com fotografias, e participa de exposições,
torneios, e desafios relacionados. Essa foto do lixo de Berlim, segundo
ele, era uma participação num desses certames. As fotos que posta
provocam, invariavelmente, comentários de outros profissionais da área, e
de muitos e muitas admiradoras. A todos agradece individualmente, numa
tarefa estafante e diária. Na troca de comentários alguém sugeriu que
aquilo (uma lata de lixo transbordando na calçada) acontecia em toda
parte do mundo, mas tinha dificuldade de pensar tratar-se da Suíça. O
João retrucou, quase ofendido: "na Suíça não". E completou dando
informações das razões que o levaram a registrar aquele " esterco" (esse
é termo) disse ele. Viver na Europa unida ou já em fase de desunião
(Brexit) é outra coisa. O nível de interesses e de indignação são muito
diversos dos nossos subdesenvolvidos. E pelo andar da carruagem nunca
chegaremos lá.
JoãoMenéres
18.4.19
Crônica diária
A fala dos presidentes
Deus nos livre de um presidente que fale duas três horas como fazia o ditador Fidel Castro.
Os nossos falam menos mas também não dizem muito.
O Lula era analfabeto funcional. Se comunicava como podia. Longe de falar português.
Dilma não entendia o que falava.
Temer falava um português que o povo não entendia.
Bolsonaro fala pouco, mas gasta muito tempo corrigindo o pouco que falou.
Deus nos livre de um presidente que fale duas três horas como fazia o ditador Fidel Castro.
Os nossos falam menos mas também não dizem muito.
O Lula era analfabeto funcional. Se comunicava como podia. Longe de falar português.
Dilma não entendia o que falava.
Temer falava um português que o povo não entendia.
Bolsonaro fala pouco, mas gasta muito tempo corrigindo o pouco que falou.
17.4.19
Crônica diária
Tem muita gente boa
Para surpresa minha um dos grandes méritos do governo Bolsonaro foi
iniciar a renovação das "figuras" importantes em Brasília. Não se ouve
mais falar das velhas raposas. Cadê Renan? Cadê Sarney? Cadê Aécio? Só
para citar três, dos que ainda não estão presos. Maluf, Cabral, Eduardo
Cunha, e a maioria do PT na cadeia. Irão dizer que é mérito do Moro e da
Lava Jato. É verdade, mas sem a vitória do Capitão tudo teria
retrocedido, como aconteceu na Itália, depois das "Mãos limpas".
Bolsonaro deu voz e poder a caras novas. Gente preparada e competente.
Claro que sempre há exceções. Mas já dizia o Nelson Rodrigues: "toda
unanimidade é burra". O ex ministro da educação
Ricardo Vélez Rodriguez foi uma delas. Em compensação o Paulo
Guedes dá um show de competência. E os militares que apareceram? Tirando
o preconceito que se tem com farda (herdado dos anos de chumbo)
aparecem homens como o vice Mourão, que para mim foi uma grata
revelação. Mas há outros, como o general Augusto Heleno, e o porta voz
da presidência general Otávio do Regô Barros de quem já falei dias
atrás. Precisamos nos livrar do preconceito e enxergar o que há de bom
atrás das fardas, e dos microfones. Há de haver gente boa também entre
os jornalistas. Não é possível que estejam todos contaminados.
16.4.19
Crônica diária
Amora
Tenho um amigo que tem uma arara chamada Amora. Arara azul, criada desde
nova, toda certificada e legalizada. Hoje em dia com essa mania do
politicamente correto, tudo tem que ser detalhadamente explicitado. Toda
vez que troco correspondência com meu amigo, mando lembranças para a
Amora. Ela, a arara, me remete à infância, quando tínhamos em casa, na
fazenda, uma arara azul. Não lembro se tinha nome, pois o que ela falava
era "arara" e "Paulo", nome do meu irmão. Eram os nomes que mais ouvia,
e aprendeu repetir. Mas a arara do meu amigo tem nome, e eu adoro
Amora. Na minha infância comíamos amoras
catadas nos pés. Meu pai tinha uma criação de bichos da seda que se
alimentavam das folhas das amoreiras. Os frutos ficavam para a garotada e
passarinhos. Acho que minha paixão pelo nome da Amora vem daí.
15.4.19
Crônica diária
Espaço vital
Já
tratei desse tema há muito tempo atrás. Ele é um velho conhecido dos
estudiosos do comportamento humano e social. Mas voltou às páginas dos
jornais por conta dos atuais movimentos do politicamente correto, do
assédio sexual, e do empoderamento feminino. Tudo que esses movimentos
pregam eu pratiquei a vida toda, porque fui educado para isso. Portanto
não precisam de movimentos, mas só e tão somente: educação. Mas vamos
aos fatos: o vice presidente norte americano Joe Biden tem sido
criticado por invadir constantemente o espaço vital das pessoas. Aí vem a
matéria que explica o que é espaço vital, e como funciona. Ele sempre
existiu, e é diferente de pessoa para pessoa, de região e religião mundo
a fora. Há tabelas e gráficos estabelecendo as médias desses espaços
vitais entre as populações de cada continente, levando em conta hábitos,
costumes, religião e etc. E variam muito ente eles. O que alegam os
críticos do vice presidente do Obama é que chega muito perto das
pessoas, invadindo seus espaços vitais. Isso sempre foi considerado uma
característica pessoal, carinhosa, amistosa, e elogiável da
personalidade do indivíduo. Aí vem as "absurdas" interpretações de
assédio etc.
Para
quem nunca leu sobre o assunto: cada indivíduo tem um espaço ao seu
redor que pode variar de 30 a 45 cm considerado vital. As pessoas se
incomodam quando esse limite de espaço é invadido. Depois há um circulo
maior que varia de 60 a 120 cm que é o espaço social, e essa variação
também depende do indivíduo, religião e costumes de cada região ou país.
No Japão, por exemplo, o espaço social é muito maior do que na Grécia
ou no mundo árabe.
14.4.19
Crônica diária
As batalhas da vida
A frase foi dita, escrita, e decantada bilhões de vezes em todos os
idiomas através dos tempos, mas escrevo-a como se fosse minha: (portanto
sem aspas) A vida é uma batalha diária onde a guerra já tem um vencedor
desde o início. Ou em outras palavras, na vida se pode até ganhar
algumas batalhas, mas ao final a morte prevalece.
13.4.19
Crônica diária
Levei uma surra ontem
Não lembro de ter apanhado tanto quanto me bateram ontem por conta da crônica "100 dias".
E
o curioso é que apanhei só de gente que votou no Capitão. Claro que
daqueles mais extremados, menos preparados intelectualmente, e
mais truculentos, de ambos os gêneros. Depois de mais de seis anos
escrevendo diariamente, deveria estar com o couro mais grosso, e a
carcaça mais forte, para apanhar calado. Mas ontem foi forte demais.
Acredito por ser pancadas pelas costas, de gente do mesmo lado, de
partidários do Capitão que defendi nas ruas, e aqui nas crônicas. Votei e
ajudei a eleger. Ofensas vindas da esquerda, nem ligo. Mas recebe-las
da direita foi triste. A bem da verdade devo dizer que teve gente leal
e que me defendeu. Mas não foi a maioria, mesmo porque o nível de agressão
era tão baixo, que meus leitores mais educados, e intelectualmente mais
preparados, não iriam medir força com os irracionais. Meu consolo foi
ter lido no "O Antagonista", que se auto define como "uma ilha no
jornalismo brasileiro", que o jornalista José Nêumanne (por quem nutro
grande admiração) é considerado "uma ilha no colunismo". Eu faço parte
de "uma ilha na crônica". Não me pauto pela grande imprensa, como me
acusaram. Critico-a. Não pertenço a nenhuma tribo específica. E isso
desde menino. Sou tido pela esquerda como um fascista, e acusado de
comunista pela direita truculenta e radical, idêntica aos piores
radicais Petistas. Sinto-me absolutamente a vontade para fazer
comentários sobre quem quer que seja. Todas as minhas críticas são
construtivas, e ninguém nesta república, esta livre de recebe-las.
Sempre, educadamente, como é do meu hábito. Sem grosserias e ofensas
pessoais. No mesmo dia de ontem, enquanto apanhava, o Bolsonaro
desautorizou o aumento do diesel anunciado pela Petrobras. Medida
populista. Igual a de não corrigir o bolsa família e de dar o 13º este
ano. Outra medida populista. Isso não é bom. Interferir no preço dos
combustíveis levou o governo Dilma a quebrar a empresa. O ex-presidente
Pedro Parente recolocou-a nos trilhos, mas poderá descarrilar novamente.
Quanto à bolsa família melhor seria corrigi-la pela inflação do que
aumentar uma despesa a mais, para os anos futuros. Tudo que se dá,
depois não se pode tirar. E o ideal é não dar o peixe, mas ensinar a
pescar. Por hoje chega. Vou lamber minhas feridas.
12.4.19
Crônica diária
100 dias
Esta difícil de carregar o Capitão. Fala ou faz uma bobagem por dia. Às
vezes, não contente, mais de uma no mesmo dia. Hoje não tenho a menor
dúvida de que foi a facada quem nos salvou do Haddad ou do Ciro. Se ele
não tivesse levado o candidato para a incomunicabilidade hospitalar, sua
campanha derreteria. Hoje temos um presidente que se declara não ter
vocação para o cargo. Isso é coisa que se diga? Mesmo não tendo, e nós,
seus eleitores, já percebemos, não pode sair confessando. Mas também
não pode ficar torpedeando o projeto fundamental de seu governo. Contra o
esforço hérculo do seu "posto Ipiranga", hoje ministro Paulo Guedes,
palpita sempre e desfavoravelmente sobre a Reforma da Previdência. Com
todos os ministros civis e militares à sua volta, não consegue observar
os conselhos mais óbvios e sensatos. Como Capitão deveria ouvir mais os
generais e menos o Olavo de Carvalho. Em 100 dias de governo vem
perdendo apoio e popularidade que serão importantíssimos para a
aprovação desta, e de tantas outras reformas. É hora de falar menos com
seus eleitores, e conversar, a sério, mais com os políticos do
Congresso, de quem dependem as reformas.
11.4.19
Crônica diária
Xadrez de Luiz Eduardo de Carvalho
Leida Reis do juri do Prêmio Cidade de Belo Horizonte 2016 vencido por
Xadrez escreveu na contra capa que enxergava cinema no romance. Mas é
muito mais do que isso. O autor um exímio jogador de xadrez, certamente,
constrói uma trama perfeitamente articulada, e durante uma longa troca
epistolar que durou seis anos, com jogadas mensais de uma partida de
xadrez, entre um velho e doente milionário português, morando em São
Paulo e um carioca encarcerado em Fortaleza por crime passional. O
romance fala de livros e literatura. Sementes de Jacarandá crescem
simultaneamente na cela do condenado e do velho acamado, tentando um
cultivo de bonsai, e solidificando uma amizade cheia de demonstrações de
amor e afeto. O sexo esta sempre presente sobre óticas diferentes. E
diferenças ideológicas são sublinhadas ao longo da história. Ao leitor
fica reservada uma surpresa no final. O Luiz Eduardo de Carvalho nos dá
um xeque mate.
10.4.19
Crônica diária
Vice falante
O papel do vice presidente da República em geral é discreto. É péssimo
sinal quando o vice começa a despontar na mídia e aparecer
(positivamente) mais do que o presidente. O General Mourão é um desses.
Tem um séquito de jornalistas ao seu redor, e seu maior trabalho é
corrigir falhas de entendimento de declarações verbais e escritas (o que
é pior) do Bolsonaro. Uma total inversão de patentes. O General é vice e
o Presidente Capitão. Mas como todos estão na reserva a hierarquia é
apenas formal. Mas a desenvoltura com que tem transitado dentro e fora
do país, entre políticos e empresários, e sempre com avaliação positiva,
e em ascensão, deve preocupar seu chefe. Embora tenha dito,
recentemente, que diferente dos generais do passado ele tem a
legitimidade das urnas. É verdade, porém ninguém votou nele. No Brasil
ninguém elege mais o vice. Ele vem embutido na chapa do candidato a presidente. Como foi o Temer. O que prejudicou-o muito no exercício da presidência por ter sido eleito pelo PT, apesar de líder do PMDB.
Ninguém votou nele. Mas a história recente mostra outros vices, como
Itamar Franco, que se deram bem. De qualquer forma o Aureliano Chaves e
Marcos Maciel sempre foram vices discretos, como gostam seus chefes. A
conferir o futuro do Mourão, que no fim refletirá o do país.
9.4.19
Crônica diária
Junior e Alex
A notícia veio de Goiânia. Dois gêmeos univitelinos engravidaram uma
mulher que teve uma filha há cinco anos. Nenhum dos dois assumiu a
paternidade. A mãe entrou na justiça cobrando pensão alimentícia. O
juiz mandou fazer exame de DNA, o que no caso de gêmeos idênticos não há
como provar de qual dos dois a menina de cinco anos é filha. Para
resolver o impasse o juiz determinou que o Junior e o Alex assumam a
pensão pagando cada um terço do salário mínimo cada um. Na certidão de
nascimento e identidade da garotinha vai constar a paternidade dividida,
o que levará a menina ser filha de uma puta por consequência. Nem posso dizer que "só no
Brasil", porque há casos semelhantes no mundo. Que mundo é esse?
8.4.19
Crônica diária
Minha "Olympia"
Chegou
a hora de fazer publicidade da minha pintura. Desde que passei a
escrever no lugar de pintar e trabalhar com esculturas não falei mais
dessa arte. Ambas tem um tempo de maturação. De envelhecimento, como os
bons vinhos. Passados dez anos, podemos olhar para nosso trabalho com
algum distanciamento crítico e emocional. Uma das minhas telas reúne
dois ícones e "clássicos" da pintura: "Olympia e Le Déjuner sur l´herbe.
"Olympia" (1863), do francês Édouard Manet, (1832-1883) foi "reinterpretada" por centena de artista desde então. O mesmo ocorreu com sua obra
"Le Déjuner sur l´herbe" que escandalizou a sociedade de seu tempo. Todo artista ao reinterpretar uma obra coloca sua digital modificando-a a seu critério. Foi o que fiz com a minha Olympia. Ambientei-a numa sala contemporânea, com objetos idem, e no lugar da negra com maço de flores coloquei uma janela com persianas, onde se pode observar, no jardim, parte da cena retratada no "Le Déjuner sur l´herbe". Não pude deixar de colocar discretamente o gato preto, e apareço num auto retrato pendurado na parede. O detalhe da mão esquerda da minha Olympia é ainda mais ousado do que a do meu xará Manet. Para quem tiver curiosidade de ver o original e umas 36 outras versões: AQUI
"Le Déjuner sur l´herbe" que escandalizou a sociedade de seu tempo. Todo artista ao reinterpretar uma obra coloca sua digital modificando-a a seu critério. Foi o que fiz com a minha Olympia. Ambientei-a numa sala contemporânea, com objetos idem, e no lugar da negra com maço de flores coloquei uma janela com persianas, onde se pode observar, no jardim, parte da cena retratada no "Le Déjuner sur l´herbe". Não pude deixar de colocar discretamente o gato preto, e apareço num auto retrato pendurado na parede. O detalhe da mão esquerda da minha Olympia é ainda mais ousado do que a do meu xará Manet. Para quem tiver curiosidade de ver o original e umas 36 outras versões: AQUI
Eduardo P. Lunardelli Cimitan, "Olympia e Le Déjuner sur l´herbe",
acrílica sobre tela 80cm x 120 cm, 2010 ( postado aqui em 31/05/2010 )
Comentário no Varal de Ideias :
Comentário no Varal de Ideias :
João Menéres disse...
Que série pedagógica !!!
Depois da de Manet, Eduardo, a minha favorita é a sua e SEM FAVOR ALGUM !
Muitos parabéns !
Maldita alergia que o obrigou a deixar de pintar !
Depois da de Manet, Eduardo, a minha favorita é a sua e SEM FAVOR ALGUM !
Muitos parabéns !
Maldita alergia que o obrigou a deixar de pintar !
7.4.19
Crônica diária
Garimpagem literária
O termo garimpar não pode ser mais apropriado ao ato de pesquisar,
procurar, fuçar uma livraria, um sebo, ou um site de literatura. Muita
informação é boca a boca, e são as mais confiáveis, dependendo de quem
as divulga. Mas nenhuma descoberta dá tanto prazer quanto aquelas em que
o garimpeiro descobre um livro sem nenhuma informação sobre o autor ou o
tema. Como uma pepita de ouro, ou pequeno diamante, é encontrado no
meio de uma peneira e bateia. A capa ajuda muito. O título sempre é um
convite ou sinal repulsivo determinante. As poucas linhas da orelha do
achado determinarão o interesse do garimpeiro. A contra capa pode dar
pistas sobre o conteúdo e autor. Daí resta um pouco de sorte.
Recentemente em minhas garimpagens tive duas lindas surpresas. Uma foi a
descoberta do Eduardo Krause de Porto Alegre, com seus romances "Brava
Serena" e "Pasta senza vino", e outra, Luiz Eduardo de Carvalho,
escritor paulistano, com seu já festejado romance "Xadrez", recém
publicado.
Crônica do Alvaro
É de chorar
Segunda
feira assisti a entrevista do professor Mozart Ramos, no programa Roda
Viva da TV Cultura. Ele é um dos dirigentes da Fundação Ayrton Senna,
criada para atuar de forma inovadora em favor da educação plena e
integral de crianças e adolescentes pelo país a fora. Mozart foi
Secretário de Educação de Pernambuco e Reitor da UFPe. Eu o conheço de
vista e acompanho sua atuação pela imprensa. Fiquei animado com a sua
possível nomeação para dirigir o Ministério da Educação, onde trabalhei
por três anos, no início dos anos de 1970, ao lado de professores das
universidades federais de Minas, Paraná, Paraíba, Santa Catarina e
Bahia. O corpo técnico do antigo Departamento de Assuntos Universitários
era bem precário, mas seu diretor era um engenheiro paraibano arretado.
Lynaldo Cavalcanti era conhecido por sua capacidade de trabalho, sua
visão de futuro e seu compromisso permanente com a geração de resultados
expressivos. Para ele, estar à frente de um órgão público era uma
oportunidade para produzir fatos relevantes e transformadores.
Arrojado
e intuitivo, ele se valia de três poderes mágicos: o de pautar questões
estratégicas e bem delimitadas; o de convocar pessoas físicas e
jurídicas capazes de contribuir para o equacionamento de tópicos
específicos, delegando-lhes atribuições e correspondente autoridade; e o
de conectar expectativas e interesses aderentes ao que precisasse ser
feito. Dava gosto de ver o pessoal trabalhando com afinco e
determinação, fazendo as coisas acontecerem praticamente do nada. A mim,
ainda um mestrando em engenharia de produção, me coube criar uma
metodologia para distribuir recursos entre as universidades federais e
coordenar a elaboração do primeiro Plano Nacional de Pós-graduação.
Hoje,
em vez de um gestor competente e comprometido com a causa da educação à
frente do ministério, foi nomeado um professor visivelmente
despreparado para o exercício do cargo. O MEC virou um campo de batalha,
onde grupos ideológicos, religiosos e até militares se digladiam feito loucos, diante de todos nós.
Vitória, 03 de abril de 2019
Alvaro Abreu
Escrita para A GAZETA
6.4.19
Minha troca de correspondência não autorizada
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07:05 horas de 02 de Abril de 2019
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Bom dia, Eduardo,
Acabo de ler a crônica de hoje.
Para
seu conhecimento, entre risos e constrangimentos cabíveis, já
determinei aos parentes diretos que levassem colheres para serem
distribuídas logo na entrada da missa de sétimo dia.
Mais
do que isso, pedi que tal providência conste no convite para a tal
missa, a ser publicado nos jornais e enviado pela internet.
Além de diminuir o estoque de colheres, poderia funcionar como atrativo de público.
O que acha?
Um abraço.

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07:27
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Meu querido amigo Alvaro,
Acho
que morro antes desse seu espetacular evento. E se vivo estivesse, e se
a missa fosse em São Paulo não perderia essa colher por nada. E desde
já aconselho: vá fazendo colheres com mais afinco e rapidez. Não que sua
morte esteja próxima, mas pelo grande afluxo de parentes, amigos,
conhecidos e interessados numa das suas colheres. E ninguém poderá
dizer, um dia, que o velho Alvaro "não deu colher de chá para ninguém."
Agora falando sério, suas colheres merecem, e certamente terão, um melhor destino: Museu das colheres Alvaro Abreu. E
não se preocupe, querido como é, não haverá lugar na Igreja com ou sem
colheres. Da minha parte, e no meu caso, gostaria que não houvesse
missa, mas como isso não vai depender de mim, nada posso fazer. A
propósito ontem a Paulinha me mandou um e-mail com um link curioso:
empresas que produzem DIAMANTES artificiais com as cinzas (ou cabelo) de
pessoas ou animais. Uma conhecida encomendou um Diamante das cinzas do
seu cachorrinho que foi cremado. Se fazem do carbono dos restos mortais
um Diamante, haverá quem possa fazer das cinzas uma colher. Que tal?
Forte abraço e lembranças para a Amora. (Adoro esse nome)

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16:05
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Meu prezado Eduardo,
Pensando
bem, o enterro também pode ser uma ótima ocasião para distribuir
produtos feitos pelos falecidos, a título de lembrancinhas..
Imagino
que você teria muito sucesso se informasse, no comunicado, a generosa
distribuição de livros de crônicas e de contos aos que fossem se
despedir. No mínimo, voltariam pra casa com algo pra ler e achar que
valeu a pena ir ao cemitério.
Não deixa de ser um atrativo, um diferencial, como os cretinos do marketing barato gostam de falar.
Gostei dessa ideia de me transformarem em um diamante, por menor que seja.
E
vamos rindo da vida e da morte, que é uma das melhores coisas que se
tem pra fazer, além de comer bem, escrever crônicas e fazer colher de
pau.
Grande abraço.
A
troca dos e-mails acima não foi autorizada pelo Alvaro. Mas pela
qualidade dos textos e humor do remetente, resolvi publica-las, a título
da minha crônica diária.
5.4.19
Crônica diária
Com o ego inflado
A vida do cronista diário não é mole. Estar exposto às críticas, humor, e ideologias diversas não é fácil. Por outro lado, o prazer e alegria que encontramos com determinados comentários, não há dinheiro que pague. Saber que temos leitores cativos, que as sete da manhã esperam pela crônica, como esperavam o pão do padeiro, ou o leite, quando era entregue, de casa em casa, em vasilhame de vidro, e carroça puxada a cavalo, não tem preço. Ser mal interpretado de quando em quando, faz parte do pacote. Perder amigos por incompreensões pontuais também esta no contexto. Mas tudo isso é incomparável com o prazer e alegria de ser comparado com Nelson Rodrigues. E notem, esse elogio espontâneo foi feito por um leitor, um dias antes de uma crônica em que usei o termo "canalhas" no título, e no fim da crônica. Que bom que gostam do que escrevo. Que bom que os que não gostam são minoria. Mesmo porque ele, Nelson Rodrigues já dizia: "Toda unanimidade é burra".
A vida do cronista diário não é mole. Estar exposto às críticas, humor, e ideologias diversas não é fácil. Por outro lado, o prazer e alegria que encontramos com determinados comentários, não há dinheiro que pague. Saber que temos leitores cativos, que as sete da manhã esperam pela crônica, como esperavam o pão do padeiro, ou o leite, quando era entregue, de casa em casa, em vasilhame de vidro, e carroça puxada a cavalo, não tem preço. Ser mal interpretado de quando em quando, faz parte do pacote. Perder amigos por incompreensões pontuais também esta no contexto. Mas tudo isso é incomparável com o prazer e alegria de ser comparado com Nelson Rodrigues. E notem, esse elogio espontâneo foi feito por um leitor, um dias antes de uma crônica em que usei o termo "canalhas" no título, e no fim da crônica. Que bom que gostam do que escrevo. Que bom que os que não gostam são minoria. Mesmo porque ele, Nelson Rodrigues já dizia: "Toda unanimidade é burra".
4.4.19
"OLYMPIA", as minhas, a de Èdouard Manet, e dos outros!!!!
Dada a relevância dessa postagem de 19.09.2011 voltamos a reposta-la.
"OLYMPIA", as minhas, a de Èdouard Manet, e dos outros!!!!
Pintura: Olympia (1863)
Édouard Manet, França, 1832-1883
Édouard Manet, França, 1832-1883
“Olympia”, óleo sobre tela 130,5 x 191 cm
Musée d’Orsay, Paris, França
Édouard Manet, Paris, 1832 - Paris, 1883
Eduardo P. Lunardelli Cimitan, "Olympia e Le Déjuner sur l´herbe",
acrílica sobre tela 80cm x 120 cm, 2010 ( postado aqui em 31/05/2010 )
Escultura Eduardo P. Lunardelli Cimitan, cimento, argila e vermiculita, 2005
veja mais aqui
Escultura, estudo, Eduardo P. Lunardelli Cimitan, argila, 2005
Escultura, Eduardo P. Lunardelli Cimitan, cimento, argila e vermiculita, circa 2005
Moça reclinada, na posição da OLYMPIA, Escultura em argila, 2008, Eduardo P. Lunardelli Cimitan. Postado aqui
veja mais aqui
Escultura, estudo, Eduardo P. Lunardelli Cimitan, argila, 2005
Escultura, Eduardo P. Lunardelli Cimitan, cimento, argila e vermiculita, circa 2005
Moça reclinada, na posição da OLYMPIA, Escultura em argila, 2008, Eduardo P. Lunardelli Cimitan. Postado aqui
Olympia com LARRY RIVERS, de DIOGO MUNOZ ( postado aqui em 31/05/2010 )
Édouard Manet, estudo para “Olympia”, aguarela, 1863
Édouard Manet, “Olympia”, gravura, 8,8 x 17,8 cm, c.1865/67
Édouard Manet, “Olympia”, gravura, 16,2 x 24 cm, 1867
Bertall, “Olympia”, caricatura, Le Journal Amusant, 1863
Paul Cézanne, “Une Moderne Olympia (Le Pacha)”, c.1870
óleo sobre tela, 57 x 55 cm, colecção particular
Paul Cézanne, “Une moderne Olympia”, 1873/74
óleo sobre tela, 46 x 55 cm, Musée d’Orsay, Paris
Pablo Picasso, “Parodie de l'Olympia de Manet
représentant Junyer et Picasso”, c.1901/03
caneta, tinta e lápis de cor sobre papel, 15,3 x 22,4 cm
caneta, tinta e lápis de cor sobre papel, 15,3 x 22,4 cm
René Magritte, “Olympia”, óleo s/ tela, 80 x 60 cm, 1946
roubada em 24.09.2009, Musée Magritte Museum, Bruxelas
(a obra continua desaparecida)
(a obra continua desaparecida)
Robert Morris e Carolee Schneemann (EUA), “Site”, 1964
Robert Morris, “Site, Re-Enactemente”, performance, 1993
interpretação de Andrew Ludke e Sarah Tomlinson
Martin J. Nielsen (EUA), “After Robert Morris”, performance
Vera Mantero (Portugal), “Solo 'Olympia'”, 1993
Vera Mantero, “Solo 'Olympia'”, performance, 1993
Katarzyna Kozyra (Polónia), “Olympia”, 1996
Katarzyna Kozyra, “Olympia”, instalação, 1996
Catarzyna Kozyra, “Olympia”, 1996
Renée Cox (EUA), “Olympia's Boyz”, autorretrato, 2001
Skip Rohde (EUA), “Olympia”, pintura, 2002
Norman Engel (EUA), “Thinking of you”, pintura, 2003
(George W Bush e Dick Cheney) retirado do City Museum of Washington
Joel-Peter Witkin (EUA), “Mother of the Future”, 2004
Joel-Peter Witkin, “Alexander McQueen feather hat”, 2006
Wafaa Bilal (Iraque/EUA), “Midwest Olympia”, video, 2006
GrumpyOTJ, “Manet's Olympia”, FreakingNews.com, 2011
Natalie Portman e Jake Gyllenhaal, photoshop, 2006
Eva Bonn, “Martine chez Freud”, pintura, 2009
Richard Bolai (Trinidad e Tobago), “After Olympia”, 2010
Diego Dayer, postado aqui em 09/04/2010
Joel-Peter Witkin (EUA), “Mother of the Future”, 2004
Joel-Peter Witkin, “Alexander McQueen feather hat”, 2006
Wafaa Bilal (Iraque/EUA), “Midwest Olympia”, video, 2006
GrumpyOTJ, “Manet's Olympia”, FreakingNews.com, 2011
Natalie Portman e Jake Gyllenhaal, photoshop, 2006
Eva Bonn, “Martine chez Freud”, pintura, 2009
Richard Bolai (Trinidad e Tobago), “After Olympia”, 2010
Diego Dayer, postado aqui em 09/04/2010
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(Caminhos e Atalhos, no mundo dos blogs)..."parabéns pelo teu exemplo de como realmente se faz um blog...ou melhor tantos e sempre outstandings...".
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